Roahn Hylton & Jacob Yoffee trabalharam juntos em vários
projetos para gravadoras, filme, televisão e publicidade. Muitas vezes fundindo
pop, hip-hop e trilha sonora, eles criaram trilhas sonoras para vários projetos
musicais. Atualmente, eles estão gravando ‘The Wonder Years’ na ABC para os
produtores executivos Saladin K. Patterson e Lee Daniels, e a série ‘Vampire
Academy’ que está por vir, criada/produzida por Julie Plec na NBCUniversal.
E: Okay, então me deixe começar perguntando como vocês
acabaram trabalhando na faixa-título de ‘The Wonder Years’? Como isso começou?
Jacob Yoffee: curiosamente, na
verdade começou como apenas uma sugestão de gravação. Nós originalmente
escrevemos ideias para a produção, tipo, vamos escrever algumas músicas que estão
no universo do programa. E nós estávamos no meio de uma gravação da banda e
Roahn virou-se para mim e disse: “Cara, essa poderia ser a música da faixa-título.
Mas temos que acelerar o ritmo, tem que ser mais rápido.” E eu acho que eu
estava argumentando com Roahn. Eu estava tipo, “Não, está bom como está”, e ele
está tipo, “Não”. E então nós fizemos a banda parar. E testamos gravar em
alguns tempos diferentes.
E então nós trouxemos uns amigos
vocalistas, você sabe, pessoas que estiveram trabalhando com Roahn por anos e
anos. E eu acho que o primeiro foi Scotty Grand. Ele veio para o estúdio algumas
vezes, e nós estávamos apenas todos no mesmo lugar. Nós estávamos dando ideias,
falando sobre a letra, Scotty entrou na cabine e começou com riffs e
improvisações, e começou a adicionar camadas. E então Roahn começou a cortar as
coisas e encaixar algumas peças. Depois disso nós gravamos trompas, colocamos
por cima. E nesse álbum, espero não estar esquecendo nenhum elemento, mas meio
que veio tudo junto. Foi como a sensação de você fazer sua primeira música,
quando a animação está muito alta.
Eu me lembro, enquanto nós
estávamos gravando, eu estava tipo pulando no estúdio enquanto Scotty estava
gravando o vocal. Você sabe, era apenas muita energia positiva. Eu acho que nós
fizemos tipo três ou quatro outras músicas também. Mas essa tinha aquele
sentimento.
Roahn Hylton: Sim, foi doido.
Porque eu me lembro do Jacob me dizendo, tocando um pedaço da música, ele
estava tipo, “Cara, isso é incrível”. E você sabe, quando gravamos nós temos um
negócio de fazer um monte de música e nós buscamos as melhores partes da música
que funcionam. Scotty veio primeiro, como Jacob disse, porque Scotty tem sido
um grande colaborador. E, como você sabe, eles trabalharam conosco em algumas
outras peças para o programa.
Nós tivemos outros amigos, tipo
Lucky Daye. Ele acabou de ganhar o Grammy para Álbum do ano de R&B esse
ano. Parabéns para ele. E Ilsey Juber, ela escreve para Beyonce e muitos
outros. E J Angel escreveu para Rihanna, todos bons amigos. E nós escrevemos
materiais ótimos. É doido no fim. Saladin estava tipo, “Caras, essa é a
primeira”.
E, para ser honesto com você,
enquanto estávamos criando, especialmente pela música original ser icônica, nós
não queríamos pensar sobre o fato de ser icônica e escrita pelos Beatles e performada
pela lenda, Joe Cocker. Tipo, a gente não queria pensar nisso. Nós só queríamos
ir para o estúdio e ter o melhor momento que poderíamos ter e fazer uma música
desse lugar. E foi assim que a faixa-título veio.
E: Então vocês não apenas
compuseram, mas escreveram a letra também. Como foi o processo de colocar tudo
junto? Entre compor e escrever a letra, qual foi mais fácil e qual foi mais difícil?
Roahn Hylton: Oh, eu acho que
empata. É um esforço contínuo da equipe, como o Jacob estava dizendo. A maneira
que nós normalmente fazemos isso, nós só estávamos todos juntos e tocando a
música de novo e de novo. Foi bom que nós tínhamos Scotty Grand que pôde cantar
incrivelmente e fazer soar como se nossas ideias fossem realmente boas. Porque,
se fosse eu ou o Jacob lá, você sabe, poderia não ter sido tão bom.
Jacob Yoffee: Eu me lembro que um
desafio que tivemos foi ter uma parte da letra alterada. É muito fácil em uma
situação assim, você tem as séries originais e você também tem o fato de que o
programa se passa no passado. Mas, veja, ai está a pegadinha, porque nós
estamos vivendo isso agora e o showrunner, que é brilhante, inteligentemente
nos disse que nosso caminho original era reflexivo. Estava olhando para trás.
Então nós tivemos que mudar as
coisas para o presente. Nós tivemos que mudar as coisas para soarem como se
estivessem no presente, como se fosse atemporal. The Wonder Years é para todos.
Então quando mudamos o tempo e mudamos algumas linhas, isso meio que
cristalizou. Pareceu que, tipo – Oh, uau, isso parece urgente agora. Isso poderia
ser aplicável a qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer momento. O que eu
acho que é o ponto principal do programa, é sobre essa família, mas o tom, a
história e tudo nós podemos nos identificar.
Rohan Hylton: Uma última coisa, tem
uma frase famosa que diz que grandes músicas não são escritas, elas são
reescritas. E eu acho que é esse o caso aqui.
E: Tem muita pesquisa envolvida
em escrever e compor músicas para uma série ou um programa, vocês têm que olhar
o enredo e os personagens?
Roahn Hylton: Sim, eu diria que
sim. Mas você também não quer pensar demais. Você sabe, eu acho que você não
quer ser tão preciso. Eu acho que é por isso que nós somos capazes de fazer
isso certo, porque nós não queremos, você sabe, ter uma letra tipo – ‘esta é
uma história de amadurecimento’. Você quer que isso se pareça com o que o
programa é, não que seja o que o programa é. Eu quero dizer, tem que dar espaço
para o que o programa é. E eu acho que nós conseguimos isso. E não que nós não pesquisamos,
você sabe, nós queremos saber o que está acontecendo, nós queremos saber com o
que se parece, sentir as imagens e a energia. Mas no que diz respeito ao título
principal, eu diria que não queríamos pensar demais.
Jacob Yoffee: É, nós acabamos
fazendo um monte de músicas para os programas em que estamos trabalhando. E
você começa a perceber que são faixas parecidas. Sabe, especialmente as letras,
se você está sendo muito literal, meio que mata a energia. Chama muito a
atenção. E o que é muito interessante para mim, pessoalmente, é que eu não escuto
a letra logo de cara. É preciso ouvir algumas vezes antes do meu cérebro
prestar atenção. Eu escuto os acordes e a melodia, mas o Roahn escuta as letras
logo de cara.
Então nós estamos trabalhando em
uma ideia e ele está tipo, “Essa letra não funciona”, e eu estou tipo “Espera,
o que? Não, soa bem”, e ele tipo, “Essa letra não funciona”. Então isso me faz
perceber como as pessoas podem ser diferentes e o quanto a letra deve estar meio
que ao lado do que está acontecendo, mas não diretamente em cima ou como
explicar o que você está vendo.
O equivalente a isso seria tipo
Mickey Mouse-ing. Já ouviu esse termo? Quando a música do filme narra o
acontecido, como nos velhos desenhos do Mickey Mouse e Looney Tunes, sempre que
algo se movia você faria um *imita o ruído de fundo dos desenhos animados*. É,
tipo, literalmente, você está Mickey Mouse-ing o movimento da pessoa na tela.
Essa é a última coisa que você quer fazer, o mesmo aqui com as músicas.
E: Se você tivesse que resumir o
tema geral ou o significado da música ‘All I Know’ in uma palavra, qual seria e
por que?
Roahn Hylton: Eu diria Família,
porque é isso que a gente queria que a música transmitisse, certo? Isso é uma
família. Tudo o que eu sei é que vamos permanecer juntos não importa o que vá
acontecer. Sabe, amor é difícil, guerra é fácil, mas tudo o que eu sei é que
vamos ficar para sempre juntos.
Jacob Yoffee: Eu gosto mais da resposta
do Roahn do que da minha. Eu escolheria Coração, porque nós queríamos alcançar
vocês no coração. Mas o dele é muito mais pungente. E, é, eu gosto disso. Vamos
ficar com Família, é isso.
E: Como você disse, com o
programa ‘The Wonder Years’ original de 1988, a música tema original era bem
popular, também dado ao fato de que era uma música dos Beatles. Então, enquanto
trabalhavam com isso, vocês encararam algum tipo de intimidação ou receio?
Roahn Hylton: Sim, como eu disse
antes, essa é uma coisa da qual todos falam, certo? A única coisa que todo
mundo se lembra sobre ‘The Wonder Years’ é da música tema. E, de fato, a
maioria das pessoas nem se lembram da letra ou se confundem com ela, mas eles
sabem ‘what would you do mumble…mumble…..mumble’.
Eu escrevi várias músicas durante
a minha vida e como eu disse antes, quando você tem que escrever para um
artista lendário ou refazer algo que um artista lendário fez, você não pode
pensar muito sobre isso. Eu apenas não quero pensar sobre Paul McCartney e John
Lennon, eu quero ir lá e me sentir tão bem quanto eu posso com o material que
eu estou fazendo, e ter colaborações lendárias comigo, assim podemos
sustentar uns aos outros com uma energia ótima e ótimo talento, e jogar quantas
ideias acharmos ótimas contra a parede até que algo aconteça.
Eu estava falando com um
compositor brilhante ontem, na verdade, e ele estava dizendo que as grandes
gravações ou as grandes músicas estão sempre lá, você só meio que remove todo o
barulho disso, e eu pensei em como isso foi brilhante. É tipo um escultor,
sabe? A estátua está lá, mas você está removendo as pedras ou qualquer que seja
o material usado, disso. E eu acho que acontece a mesma coisa aqui. Eu penso com
resistência quando penso sobre John Lennon, então eu prefiro não ter nenhuma
resistência. Mas, sim, foi uma honra quando nós descobrimos, hey, vocês têm um
trabalho. Nós estávamos, tipo, oh, nós temos que fazer algo ótimo. Esse foi o
momento. Mas quando estamos no estúdio foi só tipo, deixe fluir.
E: A música também foi incorporada
em um dos episódios do programa. Como foi o processo para isso?
Jacob Yoffee: Bom, o showrunner
nos mostrou amor de verdade e, se você tiver assistido ao programa, fora um
punhado de episódios, você só escutou dez segundos da música tema. E Saladin
ele queria que a audiência tivesse mais um gostinho da música. Então ele
ficcionalizou dentro do mundo do show como a música veio a ser. Então você pode
ver os personagens no programa escreverem a música na câmera, eles estão sentados
lada a lado no piano. Eles discutem sobre a letra e acordes.
E então você realmente pode ouvir
a música ser performada, acho que por mais três episódios por cantores
diferentes, em estilos diferentes. Antes do finzinho, termina meio que em uma
montagem com uma mistura de ambos os pais cantando. E é muito caloroso, eu
diria. E eu quero dizer, foi emocionante. Mas também isso realmente testou a
nossa música tema, porque muitas vezes você cria uma música e não sabe se isso
é durável, como quando você começa a puxar as cordas. Isso ainda soa como um
pedaço da música? Tem uma melodia forte o suficiente? Tem um movimento de
acordes forte o suficiente para ser reconhecido quando você começa a mudar
muitas coisas, como instrumentos diferentes, ritmo mais lento, tudo isso.
Agradecidamente, a música
funcionou. E então foi doido, porque nós tivemos que trazer o elenco para o nosso
estúdio, nós estávamos trabalhando com os atores e alterando as chaves e
tentando coisas diferentes. Digo, foi a emoção de uma vida, sério, só de ter a
oportunidade de ter algo que nós criamos e terem nos dados o presente de um
episódio com o qual trabalhar. Eu não sei com qual frequência isso ocorre. Eu
nunca ouvi sobre isso antes. Mas, sim, nós estamos sentindo o carinho o tempo
todo.
Roahn Hylton: É, definitivamente
um grande acerto de Saladin, tamanha a honra que ele nos deu. Eu acho que uma
das outras coisas que eu queria dizer é que o mais legal disso é que Saladin
vem de uma família de músicos. Então ele entende o processo. E é engraçado,
porque se você assistiu o episódio, você sabe que Bill e Lillian, interpretados
por Dulè Hill e Saycon Sengbloh respectivamente, eles interpretam a cena bem,
mas eles estão literalmente em conflito sobre a letra.
E é divertido porque a letra que
eles estão em conflito traz uma das tensões do relacionamento deles, então isso ficcionaliza
a música, mas também dá ao título principal um significado mais profundo,
porque mesmo que eles estejam brigando, todos sabem que eles vão permanecer
juntos em todas as tempestades, e esse episódio tem uma tempestade nele. Então
foi muito legal do Saladin nos dar essa oportunidade de contar a história sobre
o nosso título principal, e ouvir Dulè e Saycon cantando também foi fenomenal.
Tem uma outra versão. É bem
legal. Nós fizemos uma bem lenta, abafada, uma versão R&B que tem esses
vocais legais de fundo que Saycon arrasou fazendo, e Dulè Hill também. Foi
muito divertido de fazer essa versão. E tem outra versão que acabou não entrando.
Se você sabe um pouco de curiosidades, Saycon Sengbloh também co-estrelou ‘Respect’,
o filme da Aretha Franklin, a história dela com Jennifer Hudson. E eu pedi para
ela, eu estava tipo “Hey, Saycon. Me dê um vocal da Aretha” e ela enlouqueceu. E
essa foi a versão que eu queria que usassem. E de alguma forma acabou não sendo
essa. Mas com esperança algum dia nós vamos desenterrar essa peça musical como Easter egg. Mas novamente, foi divertido trabalhar nisso, eu não poderia estar
mais feliz com o desenrolar.
Jacob Yoffee: Eu queria dizer que
esses tipos de episódios, quando você tem performances na tela com o elenco,
locações diferentes, e você tem instrumentos musicais na tela, e nós temos que
preparar a música com antecedência, esses episódios podem ser um desastre e
demanda muito trabalho no processo da pós, tipo reescritas e muito reajuste e
eles acabam sendo meio desajeitados.
Mas esse foi completamente suave,
acho que foi o processo mais rápido em que eu já estive. Porque o elenco foi
muito bom. E eles fizeram a pré-produção, eles ensaiaram e acabou saindo sem
problemas. Acho que no fim foi um dos nossos episódios mais fáceis, o que é
doido pensar sobre. Então, é, um pouco de curiosidades para vocês.
E: Vocês dois tiveram muitas
colaborações antes dessa, colaborações de sucesso. Então como foi quando
trabalharam juntos pela primeira vez e como isso é diferente agora?
Roahn Hylton: Ótima pergunta, na
verdade. A primeira coisa na qual trabalhamos na verdade nunca foi usada.
Quando eu conheci Jacob em Israel, naquela época, eu estava trabalhando no álbum
do Kendrick Lamar. E eu sei, o jazz e o fundo clássico dele seria incrível
especialmente para esse álbum. E, sabe, nós só queríamos encontrar uma maneira
de trabalharmos juntos. Então nós voltamos, eu foi para o estúdio dele, ele
veio para o meu, e nós estávamos tentando encontrar uma maneira de colaborar.
Então eu fui chamado para um filme indie. Até então, eu não tinha feito filme
ainda. Mas nós meio que fizemos alguns trailers de alguns temas, trabalhamos um
pouco na trilha, mas o filme acabou não saindo.
E para ser honesto, durante muito
daquilo eu ainda estava no modo produtor, eu não acho que eu entendia
completamente a diferença entre produzir e compor uns seis, sete anos atrás, e
eu diria, na primeira série que realmente fizemos, que foi Best Shot, que foi
tipo uma rota de colisão, tipo – Okay, isso é o que é e isso é o que não
funciona e isso é o que funciona.
Novamente, eu fiz referência a
uma ótima, ótima conversa que eu tive na última noite, nós estávamos falando
sobre trabalhar para produções audiovisuais. E uma das coisas que nós estávamos
falando é que produções audiovisuais literalmente lutam com você. E eu vou te
dizer o que você pode fazer e o que você não pode fazer, é tipo judô, certo? Eventualmente
você descobre que oh, isso funciona. E eu diria que a diferença de antes e
agora é que agora eu meio que relaxo e não luto com a produção, certo? Eu diria
que em todos esses anos eu e Jacob criamos uma linguagem musical juntos,
sentados lado a lado.
E eu diria agora, diferente de
antes, é mais direto, porque nós também podemos antecipar o que o outro vai
pensar, nós conhecemos o estilo um do outro muito bem. E nós conhecemos a força
um do outro e como lidar com as fraquezas um do outro. Então tem sido uma
benção.
Jacob Yoffee: É, tem o benefício
de ter duas cabeças. Quando falamos de objetivo e subjetivo, eu acho que é um
benefício ter nós dois assistindo à cena. E você meio que tem umas inclinações
naturais, tipo – oh, o ritmo, isso deveria ser uma grande peça de música ou
deveria ser sutil? Quanto deveríamos pesar a mão nisso? Tipo, precisamos acelera
o ritmo? E nós dois nos sentiremos diferente sobre isso, o que é ótimo, porque
então tentamos as duas maneiras.
E então, algumas vezes um de nós
é mais relutante. E ai meio que temos que vender isso um para o outro. Então, o
que quer que seja que tenhamos que vender para os produtores, nós dois
acreditamos nisso. E meio que já passamos pelo primeiro teste de ter alguém julgando
isso. Nós estávamos trabalhando em algo ontem e enviamos e então recebemos uma
nota de volta, era algo que Roahn tinha dito não, e eu estava tipo – Não, isso
está bom.
Acabou que não estava bom. E
Roahn estava certo. Então nós tomamos a nota e arrumamos isso. Mas isso é
ótimo, e também mantêm a energia. Nós aprendemos muito trabalhando juntos. E
nós temos seis, sete anos com as músicas que criamos, então nós podemos usar de
referência nossos próprios trabalhos. É tipo – lembra quando você fez isso,
lembra quando isso aconteceu, onde fizemos isso. E isso nos ajuda meio que a
construir em cima do que já criamos. Então, sim, eu sou fã do processo de
dupla, acho que seria muito difícil voltar a trabalhar solo novamente.
E: Além de ‘All I Know’, de todas
as suas colaborações, qual delas foi a mais memorável para vocês?
Roahn Hylton: Oh, uau. Essa, essa
é a mais difícil. Você nunca esquece a sua primeira vez, eu diria isso. Nosso
primeiro projeto, ‘Best Shot’, que foi um programa com o LeBron James, apenas,
isso tinha muita energia. E eu acho, obviamente, muita animação e entusiasmo.
Além disso, sabe, foi a minha primeira série, eu não sabia muito. E ele estava
tipo, mano, estamos lidando com coisas com as quais nunca vamos lidar.
Curiosamente, porém, nós ainda
lidamos com essas mesmas coisas. Mas eu diria, obviamente, The Wonder Years
está atual, certo? Então eu não diria que é a mais memorável. Tem sido a mais
satisfatória, certo? The Wonder Years é de longe a mais satisfatória, mas a
mais memória eu diria que foi a nossa primeira, por várias razões. Obviamente,
foi a nossa primeira e acabou sendo incrível.
Juntos, nós realmente levantamos
a energia que estava em volta do projeto. E desde esse dia, nós ainda recebemos
elogios pela mixagem selvagem e as colaborações dos sons. Foi realmente uma
mistura de ritmo de jazz, hip hop e algumas peças clássicas. Foi uma musica
realmente interessante. E eu acho que hoje nós não faríamos as mesmas escolhas
de antes. Mas acho que é porque nós fizemos esse projeto. Agora estamos
construindo esse tipo de esforço colaborativo.
Mas, obviamente, ‘The Wonder
Years’ é um sonho se tornando realidade. Eu diria que até mesmo a forma como ‘The
Wonder Years’ aconteceu desde 2020. Nós apostamos em nós mesmos em 2020, nós
não sabíamos o que estava acontecendo com a indústria, no mundo. E assim
fizemos um álbum. E esse álbum aconteceu de ser o mesmo som. E muito desse
material foi usado nos primeiros materiais do piloto de ‘The Wonder Years’.
Então isso tem um lugar especial nos nossos corações. Nós somos gratos por onde
estamos e por onde estivemos.
Jacob Yoffee: E eu diria, quando
você pensa sobre coisas serem memoráveis, isso é na verdade o tipo de pergunta
que nos fizeram e acabou definindo quem somos mais claramente, cerca de eu acho
que 2018 ou 2019. Estou perdendo a memória aqui. Mas nós estamos trabalhando em
um programa chamado Free Meek sobre Meek Kills, a série do Jay Z da Amazon. Nós
estávamos realmente trabalhando para criar uma fusão entre as músicas do Meek
Mills, hip hop, um pouco de energia e o som da era dos direitos civis, os anos
sessenta. E nós acabamos com uma música que meio que lembrava ambos.
Foi como uma fusão bem sucedida
de jazz, gospel, hip hop e trilha sonora. E então eventualmente chegamos ao
nome Third Stream, o nome da nossa companhia é Third Stream, que é uma
referência a Miles Davis Gunther Schuller, de meados do século 20. E a história
continua, eles estavam fazendo uma mistura de jazz e música clássica e isso
irritou a todos, nenhuma pessoa do jazz estava feliz. Nenhuma pessoa da música
clássica estava feliz. Miles Davis, na forma crua de Miles, disse algo como,
nós estamos fazendo um terceiro tipo (third stream) de música que é colocar
tudo junto. Então vocês não precisam se preocupar.
Essa tem sido meio que a nossa
missão desde então, toda vez que trabalhamos em algo, queremos ter certeza de
que estaremos sentados lado a lado fazendo música, é algo realmente novo e
único, e nos forçamos a sair da nossa zona de conforto. Eu diria que Free Meek
é o meu preferido, de longe o mais memorável, porque isso nos levou a definir
um pouco mais claramente quem somos. O que, claro, agora levou a 'The Wonder
Years', o que é incrível.
Entrevista original disponível em: https://themovieculture.com/the-wonder-years-interview-with-roahn-hylton-and-jacob-yoffee/